Sunday, August 06, 2006

Tigre

Temos mais um residente cá em casa... chegou de forma inesperada (e, claro, não planeada), e andamos a tentar criar-lhe hábitos (if you know what I mean ;) ).




Chegou na quinta-feira (dia 3), primeiro dia das Festas de Agosto (as festas populares cá do Redondo). Eu fui por acaso à varanda e comecei a ouvir um gatinho pequeno miar na rua (miu, miu...). Desci, fui à rua e não via nada. Continuei a ouvir o som e cheguei perto de uma carrinha. Percebi que o bicho tinha de estar algures metido entre o motor do carro. Não seria uma surpresa para mim que um gato viajasse desta maneira, já que há alguns anos o meu gato tinha-se enfiado na carrinha do meu vizinho quando ele foi trabalhar de manhã... ele reconheceu-o quando chegou ao campo onde trabalhava, a cerca de 10 km do Redondo, e meteu-o numa saca e o bicho voltou à hora de almoço.
Fui ao café aqui ao lado ver se havia algum senhor que fosse o dono da carrinha. Lá houve um que se acusou, e foi abrir o capot a dizer que tinha a certeza que não podia ser, porque um gato não conseguia vir ali sem morrer com o motor a funcionar. Lá lhe contei a história do meu gato, mas ele continuava teimoso. Lá procurámos (já tinha o pessoal cá de casa todo à volta da carrinha à procura do dito gato), e a minha Mãe lá descobriu uma coisa preta com uns grandes olhos a olhar cheio de medo. Esperei um bocado que o motor arrefecesse, chamámo-lo para vir para fora, mas nada. Depois enfiei a mão lá para o meio e terei o bendito gato. Cinzento tigrado, pequenino (deve ter menos de dois meses), vinha com as patas da frente no ar, muito satisfeito por alguém o ter tirado dali. Adorou o aconchego do colo (fiquei com a t-shirt toda suja, claro), e levámo-lo para casa. Fartou-se de comer, e por cá ficou nessa noite.
No dia seguinte (sexta) a minha mãe ainda foi falar com o dono da carrinha, que estava outra vez no café, a ver se lhe arranjava destino (coisa que eu tinha também feito na quinta-feira, já que não queríamos ficar com um animal, depois de tudo o que se passou com os nossos outros durante o ano passado), e percebeu que o gato não teria bom destino se o deixássemos ir quem o tinha trazido ("à boleia, mas sem consentimento").
Então ficou decidido. Cá ficou. Depois tínhamos de arranjar um nome. Telefonei à minha irmã a contar do novo "piqueno" cá de casa, enviei-lhe um email com esta fotografia e um vídeo dele a brincar no quintal, e comecei a procurar possíveis nomes. Finalmente decidimo-nos por Tigre. E assim ficou.
O raio do bicho é que parece ter gostado da experiência do motor da carrinha: mete-se cada vez que pode nos buracos dos carros cá de casa, que estão estacionados na garagem-quintal. Mais cuidados para nós, que temos de ver se ele lá não está cada vez que saímos com um carro. Enfim,... agora tem de aprender a usar certos sítios para fazer algumas coisas, e perceber que não se podem fazer noutros lados. Não é preciso dizer que passa os dias a intercalar o sono com muita brincadeira com o que quer que apanhe, incluindo o próprio rabo.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Awwww. É igualzinho ao meu gatinho - também ele chamado Tigre - que morreu há uns meses.

August 06, 2006 9:50 PM  
Blogger J Beira said...

A sério? Que coincidência!
Não sabia o nome do teu... por isso estou mesmo fascinado pela coincidência. Esperemos que este tenha melhor sorte...

August 06, 2006 10:08 PM  
Blogger Taina said...

:) Axo que ele achou uma casa excelente. E apesar da dor que a perda de amigos nos traz, ajudar uma coisa tão pequenina e ajudar a vida deles a ter um rumo melhor preenche sempre um pouco mais o nosso coração (que o diga a terrorista da minha Bolacha).

Qt ao aprender o sitio para outras coisa... ele lá chegará :)

Boas férias

August 09, 2006 10:03 PM  
Blogger ana rita said...

j., vi no publico online que há fogo no concelho do redondo. dá notícias daí, sim?

August 11, 2006 3:18 AM  

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